08 maio, 2007

O Sátrapa

O hóspede vitalício do Palácio da Vigia é a comprovação, em bípede, da teoria dos reflexos condicionados de Pavlov; logo que ouve a sineta, o homem saliva, esganiça-se e vocifera.
Qual Sátrapa que se preza, faz gala em bramir repetidamente contra o Poder Central, recreando-se com frequência a nomear alguns dos seus ódios de estimação, apenas pelo apelido, fazendo letra morta das mais elementares regras de urbanidade que devem enformar as relações entre orgãos de soberania.
Ao longo dos anos, têm sido contínuas as manifestações popularunchas da patética criatura, nas quais dá largas a uma tendência compulsiva para proferir sistemáticos vitupérios em direcção ao contenente e às suas gentes, enquanto demonstra um especial comprazimento em regurgitar sucessivas catilinárias contra Lisboa. Tudo isto, perante uma multidão de vassalos extasiada e ululante, em grande parte dependente do estipêndio que o chefe lhe vai garantindo, a qual, não só dá o seu assentimento ao seu monarca pimba, como, manifesta à saciedade o apreço que tem pelos compatriotas (?) continentais.
Sempre que o senhor da ilha bolça “faladura”, as suas intervenções, não só revelam uma indigência intelectual confrangedora, como nunca vão além da logorreia e propaganda baratas; até quando decidiu citar Shakespeare, tornou-se óbvio que o ponto tinha estado com ele momentos antes, provavelmente, numa lição pós-prandial bem regada.
Só um governante que não se enxerga, pode cultivar e exibir sem nenhum rebuço aquela figura grotesca de bufão, de que ressalta a pigmentação das bochechas, manifestamente indiciadora de abuso de poncha, e a papada reluzente, fruto da escorrência de fermentações corpóreo-salgadas, que vai sacudindo ao ritmo do bailinho; para não falar do penteado ridiculamente mantido à custa de grude perfumado, cujo risco traçado ao nível da cartilagem da orelha, lhe divide a escassa cabeladura.
É por demais evidente que, mesmo que lhe implantassem uma dentadura estilo Polux para lhe fazer moldura ao sorriso alarve e à língua viperina, não seria possível aprimorar-lhe a estética, já que a ética, essa, só se fosse com um açaimo…
Depois da enésima eleição e após um comedimento equívoco na declaração de vitória, irá certamente retomar os insultos à oposição, para quem defeca, como em tempos afirmou, numa das muitas ocasiões em que a cloaca medieva lhe fugiu para o cérebro e, claro está, continuar com as bravatas a que nos habituou, acerca de novos "caminhos" para o arquipélago.

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