22 junho, 2007

O Câmara e a Câmara

É sabido que o Fado tem uma costela monárquica- nada nem ninguém é perfeito- pelo que não espanta, que o Grupo Onomástico e Excursionista dos Amigos da Canção de Lisboa “Os Pereiras da Câmara” ou “Os da Câmara Pereiras”, que para o caso tanto dá, se tenha empertigado e decidido participar nas eleições com vista à ascensão à cadeira, leia-se trono (porque há cus e cus), dos Paços do Concelho Lisboeta.
Vai daí, um dos fadistas nobres, mas da ala dissidente, desatou a apregoar bem alto que quer ir para os ditos Paços, provocando um incontrolado frou-frou em certos palacetes da corte, desde a Lapa até Sintra, perante a ideia de, por instantes, se recuperarem fidalguias e folguedos antigos.
É claro que, quem não deve apreciar muito estas guitarradas é o D. Duarte, o de Bragança, eterno pretendente ao sólio e descendente em linha directa do insigne "Democrata", o Miguel do mesmo sítio, que chegou a reinar cá no Burgo no Século XIX e que até fez um Abril ao contrário cento e cinquenta anos antes do verdadeiro.
Estes atavismos residuais que nos vêm do princípio do século passado, provocam-me sempre estranhas reacções. Não sei se é riso ou se é esgar, mas que me alteram o facies, disso não tenho dúvidas.

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