Casar, não casar ou as curiosas famílias Dinamarquesas
Os Danes adoram casar, mas, para eles, a instituição casamento, não significa normalmente a assunção de um cometimento vitalício dos cônjuges.
Na Dinamarca cultiva-se o divórcio, o qual atinge uma das mais elevadas taxas de toda a Europa.
Pode-se até concluir com alguma ironia, que o casamento é considerado como um preliminar necessário para o divórcio.
Em muitas situações constata-se que os Danes coabitam durante anos, sob a forma de “casados sem papéis”e só formalizam a situação, exactamente para se poderem divorciar.
A Dinamarca foi o primeiro país da Europa a autorizar uma forma específica de casamento entre homossexuais. Tratou-se de uma determinação que reflectia a tradicional atitude descomplexada e aberta de uma sociedade, em que as pessoas escolhem viver as respectivas vidas, exactamente como desejam, tendo como único condicionalismo, o não perturbar a existência dos outros.
Não há nem puritanismos hipócritas, nem arcas encoiradas; ninguém franze o sobrolho ou guarda reservas mentais aos que, com naturalidade assumida, partilham pequenos-almoços e jornais matutinos antes de casar e até os próprios filhos aguardam tranquilamente que os pais decidam dar o nó.
Muitas crianças nascem de pais não casados, que curiosamente só decidem casar depois de terem filhos, mas isso não significa que o nascimento tenha lugar fora de uma relação estável. Já o contrário se pode passar, com o nascimento dentro casamento, tendo em conta o elevado número de divórcios.
São assim as curiosas famílias Dinamarquesas.
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