28 janeiro, 2008

“Mixordeiros de todo o Portugal. Uni-vos!”

A ASAE, afirmando-se estribada na legislação vigente, parece ter entrado numa deriva de fundamentalismo asséptico, que a levou mesmo a deitar fora o bebé com a água do banho e, eventualmente, a comprometer a actuação preventiva e punitiva contra a "trambiquice" que por aí campeia e que, por muito que custe aos amantes da tradição, tem de ter um fim, sob pena de um dias destes , estarmos todos a contas com salmonelas...
É evidente que não será o facto das castanhas assadas, quentinhas e boas, serem envolvidas numa página do Público ou do Diário de Notícias, que faz mal ao consumidor. Aliás, se não fosse a baixa tiragem, o ideal seria passar a embrulhá-las num qualquer jornal da região das ditas, e, assim, o comedor de castanhas, sempre podia cultivar a imprensa regional enquanto digeria o apreciado fruto.
O âmago da questão está muito para lá deste pretexto para beber uns copos de jeropiga, que curiosamente também é ilegal, nas condenadas tasquinhas.
O problema é que os barões da contrafacção e da mixordice, bem como alguns comparsas menores, abanaram um pouco mas não caíram e estão aí para as curvas, i. é, para as cargas e descargas e outras tradições.
Por muito que surpreenda, os que ainda se deixam surpreender, a inesperada e até insólita ajuda que a sanha antitabágica dalguns e, sobretudo, a resistência quase histérica, com tremeliques de impaciência à mistura, dos defensores do tabaco, apenas estão a contribuir para a manobra de diversão que, não por acaso, desvia a opinião pública da verdadeira dimensão deste verdadeiro caso de Saúde Pública.
Nesta matéria, não me apanham a dizer mal, passe o pleonasmo, do Governo.É preciso andar muito distraído para não ter percebido que o grito foi anunciado em tempo oportuno, pelos megafones do costume.
A ASAE não passará: “Mixordeiros de todo o Portugal. Uni-vos!”

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial