18 maio, 2007

Um Neanderthal do nosso tempo


É sabido que a simples linguagem fonética, formada por sons inarticulados, era o meio de comunicação dos primeiros homens ou homens-macaco.
A linguagem articulada, essa, começou a desenvolver-se mais tarde, provavelmente na época do Homem de Neanderthal, vindo a ser adoptada em definitivo, com o Homem de Cromagnon, que nos antecede, imediatamente, na escala evolutiva da espécie humana.
Existe também uma teoria, que tem suscitado alguma controvérsia e que aponta para a possibilidade de Ramos dos Neanderthais terem chegado à era em que vivemos.
Diz-se mesmo que alguns deles conseguiram apreender, ainda que de maneira rudimentar, vários dos nossos códigos comunicacionais orais mais elementares: como falar, soletrar, etc.
Outro tanto não se deu com a linguagem gestual que continua a ser simiesca, assim como não se verificou o abandono de alguns hábitos do Plistoceno, como a manipulação de excrementos e outros dejectos orgânicos, cuja prática se mantém.
Um exemplar inequívoco desta realidade vive na Ilha, já deixou de grunhir mas fala mal, o suficiente no entanto, para bolçar sucessivos insultos contra, o que ele imagina ser, o Homo-Lusitanus do Contenente.
Tendo começado por manejar sifões de autoclismos, desde cedo revelou enormes capacidades miméticas e ascendeu num instante a lugares importantes na estrutura da tribo, que lhe permitiram ter interesses em mais de meia centena de grutas, todas elas estreitamente ligadas à caverna central.
Depois de vários anos, férteis em estórias dignas de um cenário pré-histórico, alguém do exterior decidiu pôr fim às relações inter-cavernícolas, mais ou menos obscuras, pelo que, o referido exemplar foi forçado a recuperar alguns costumes atávicos e, é vê-lo de novo, dando punhadas no peito enquanto incentiva o chefe do Clã à rebelião.
Imagem: London Illustrated News

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