11 setembro, 2007

As datas

A 11 de Setembro de 2001, passeava eu tranquilamente pela tarde de Copenhaga, quando o telemóvel tocou para me anunciar de supetão que a América estava a ser atacada. Assim, sem mais.
Pude assistir depois, estupefacto, através da televisão de um bar de hotel, na primeira esquina, por casualidade na companhia de cidadãos americanos, à derrocada dramática de um dos símbolos do poder dos Estados Unidos às mãos de fanáticos terroristas.
Como sempre tinha acontecido desde 1973, a memória devolveu-me o outro 11 de Setembro, o do golpe do Chile, perpetrado pelos USA e levado a efeito pelo carrasco Pinochet e seus sequazes.
Por vezes as ignomínias parecem combinar as datas.
As sangueiras dos 11 de Setembro de 1973 em Santiago do Chile e de 2001 em Nova York, cada uma com o seu significado próprio, mas ambas fruto da bestialidade (des)humana parida pelos ventres, mais uma vez fecundos, do fascismo e do fundamentalismo religioso, representam sem margem para equívocos o triunfo da barbárie, em duas demonstrações iníquas do mais absoluto desprezo pela liberdade e pela paz.

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