02 fevereiro, 2008

Os crimes...


Fotos: jrd


(…) A Liberdade era morta, estrangulada como um rafeiro, enquanto na torre do Outão el-rei bebia e cantava sentado à mesa, e os gatunos eram tirados a parelhas de raça, os bandidos viviam em esplêndidos palácios e a lei cantava às esquinas da rua como uma prostituta.
O proletariado, esse roubado pela usura, sem luz e sem lar, e sem trabalho, morto de fome sobre a enxerga podre, fitava a filha seminua, debruçada no abismo do vício.
(…)

(Guerra Junqueiro-Depoimento – In A Justiça nº 23 8/VII/1891)
Alexandre Cabral – Os Crimes da Monarquia. Lisboa: “Seara Nova”, 1973

Um assassinato é sempre um crime.
Procurar justificações para diminuir esta conclusão linear, não passa de um exercício de duvidosa honestidade intelectual.
A teoria do duplo padrão moral aplicada nesta matéria, decorre sempre de uma atitude hipócrita com que não me identifico. Aqui não pode haver lugar à subjectivação das análises.
Aceito e partilho sem relutância a diferenciação de posições, enquanto se discreteia sobre contextos e motivações .
Convivo de bem com a polémica. Separo-me quando as soluções propostas ou encontradas, extravasam os limites em que me sei mover.
Ontem recordou-se o regicídio. Não era a minha “cerimónia”, nem senti qualquer apetência para registar o facto. Outros o fizeram e fizeram bem, independentemente dos afectos que manifestaram ou não.
De hoje em diante, iremos ter, os que entenderem, 366 dias para recordar os crimes da monarquia… e outros.

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4 Comentários:

Às 2 de fevereiro de 2008 às 18:30 , Blogger T disse...

Crimes que não faltam. Mas é sempre útil aprender com o passado.

 
Às 3 de fevereiro de 2008 às 09:55 , Blogger hfm disse...

Sempre um crime mesmo quando se trata dos nossos inimigos.

 
Às 3 de setembro de 2008 às 01:15 , Anonymous Anónimo disse...

Eu, como brasileira, não me esqueço dos crimes da Coroa. Não mesmo!!!


Maísa

 
Às 2 de fevereiro de 2011 às 18:17 , Blogger José Ricardo Costa disse...

Bem, já que andavam desertinhos para matar alguém, poderiam ter pensado no João Franco, não? Já agora, que tal um tirinho no Sócrates? E outro no Cavaco? Enfim, a lista é longa, candidatos não faltam, é só escolher.

JR

 

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