23 março, 2007

Dom Valentino


O percurso de Dom Valentino tem sido, no mínimo, curioso. Fosse qual fosse o regime adaptou-se sempre na perfeição: Depois de ser o rei da batata chegou a presidente da batota.
Pelo meio, ficaram inúmeras peripécias com respaldos vários, alguns deveras insólitos, sem que ninguém conseguisse contrariar a sua inegável arte para promover sucessivos golpes de estádio e de estúdio... Como o que ensaiou esta noite, em que o vimos irromper pelo ecran adentro com aquele vozeirão de ordem unida, capaz de meter medo ao frio e tornar a pantalha pequena de susto, mas que no fundo não passou de uma manobra falhada.
Desta vez, a prestação foi nula do ponto de vista da substância e patética no que se refere à presença física diante das câmaras.
É por demais evidente que a reserva de pólvora, que sempre manipulou a preceito, está completamente seca e as armas que, outrora, lhe permitiram fazer fogo em várias frentes, perderam a eficácia.
Apesar de tudo, não é crível que, depois de vários anos passados à frente do xadrez da Boavista, possa vir a arriscar uma temporada atrás de outro xadrez, ainda que num escaque muito mais reduzido.



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