29 junho, 2007

Intermitências



As minhas elucubrações estão tão evanescentes que quase se dissipam no cruzamento dos dias. É tempo de escolher outros ritmos, vamos pois espaçar as palavras.
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28 junho, 2007

O "Máior"

Ao longo dos últimos vinte cinco anos, o homem manteve o hábito de se passear pelo pântano com a leveza do elefante, de nenúfar em nenúfar -apesar do marfim-, enquanto evitava os terrenos movediços, com a astúcia do leopardo.
Chamavam-lhe parolo, contudo era o “Máior”, para gáudio dos seus apaniguados e desespero dos adversários, a quem nada mais restava, senão manifestar total impotência.
Alguns, como os sucessivos senhores dos dois lados da 2ª circular, na sua maioria gente de módico saber, foram-se revezando em genuflexões mentais de vassalagem assumida, a que sucediam suspeições insinuadas de golpadas à margem da legalidade, às quais o homem respondia, invariavelmente, com verbo fácil e desdém quanto baste.
Quem não se lembra dos seus apelos incendiários à turba ululante, que reagia com o grito de "só quero ver Lisboa a arder" e das tiradas cínicas em que oferecia a equipa de futebol do seu clube para um "jogo de solidariedade", no caso de haver um novo terramoto na capital.
Enquanto isso, continuava a distribuir generosamente rebuçadinhos, com mais ou menos invólucro, além de estadias em retiros espirituais, com direito a cesto de fruta fácil de descascar no quarto. Tudo prévia e cuidadosamente preparado pelo seu fiel mordomo.
Mesmo depois de surgirem os primeiros sinais de que algo estava a mudar, continuou a alternar como se nada de anormal se passasse e fossem só outros, os que estavam a contas com os costumes.
Ficou, aliás, célebre, uma oportuna e suspeita fugida a Galicia, onde fez gala em bolçar as injúrias habituais contra Lisboa e os Mouros, deixando o ambiente poluído, como já não se via desde o naufrágio do Prestige.
É claro que contou sempre com a acção detergente e hossanas de vários prosélitos, conhecidos pelo seu fanatismo primário, como o promotor da Tabaqueira e vendedor da Tvi e o Maquiavel da Areosa, entre outros.
Aconteceu no entanto, que alguém deixou de querer participar no contubérnio e decidiu dar à estampa uma brochura, introduzindo várias cenas maradas, que levou o Sibarita campeão, a meter o testículo na virilha e morder a língua de fogo.
Passou, num instante, de herói no passado a vilão no presente, ainda que tudo pareça indicar que, não obstante o cerco cada vez mais apertado e as sucessivas acusações, não irá haver força para fazer dele réprobo no futuro. Aguardemos novos desenvolvimentos.

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Pouca terra

Se a Associação Alagoana de Feirantes conseguiu levar o TGV lá do sítio à feira de Maceió:
por que raio não há-de a Associação Comercial Portuense fazer com que o TGV de cá, passe no Aeroporto.

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23 junho, 2007

Exigências

De nós, velhos, desculpam-se os erros, pois não encontrámos as estradas abertas; mas dos que chegaram ao mundo depois de nós, pode-se exigir mais; estes não podem mais errar nem apenas tentar.
J. P. Eckermann: colóquios com Goethe
Eu, que já não sou muito novo e ainda não sou pouco velho, entendo que, muitas das vezes, os anciãos, sábios ou não, gostam muito de teorizar sobre os rigores da tradição, dos costumes e das limitações do seu tempo, para impôr exigências e dar "bons" conselhos, aparentemente, por não poderem mais dar "maus" exemplos.

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22 junho, 2007

O Câmara e a Câmara

É sabido que o Fado tem uma costela monárquica- nada nem ninguém é perfeito- pelo que não espanta, que o Grupo Onomástico e Excursionista dos Amigos da Canção de Lisboa “Os Pereiras da Câmara” ou “Os da Câmara Pereiras”, que para o caso tanto dá, se tenha empertigado e decidido participar nas eleições com vista à ascensão à cadeira, leia-se trono (porque há cus e cus), dos Paços do Concelho Lisboeta.
Vai daí, um dos fadistas nobres, mas da ala dissidente, desatou a apregoar bem alto que quer ir para os ditos Paços, provocando um incontrolado frou-frou em certos palacetes da corte, desde a Lapa até Sintra, perante a ideia de, por instantes, se recuperarem fidalguias e folguedos antigos.
É claro que, quem não deve apreciar muito estas guitarradas é o D. Duarte, o de Bragança, eterno pretendente ao sólio e descendente em linha directa do insigne "Democrata", o Miguel do mesmo sítio, que chegou a reinar cá no Burgo no Século XIX e que até fez um Abril ao contrário cento e cinquenta anos antes do verdadeiro.
Estes atavismos residuais que nos vêm do princípio do século passado, provocam-me sempre estranhas reacções. Não sei se é riso ou se é esgar, mas que me alteram o facies, disso não tenho dúvidas.

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21 junho, 2007

Na primeira pessoa

O meu itinerário político é, e continuará a ser, o da liberdade, sem concessões.
Não entendo nada, como suficientemente “meu”, que me faça mergulhar a fundo neste mar encapelado de expectativas mal ancoradas. Acima de tudo tenho gostos e, claro está, convicções.
Politicamente "alinhado" e responsável mas, também, inconveniente e incómodo.
Hoje como ontem: Muito atento, pouco venerador e nada obrigado.
À esquerda. Sempre!!!
Descomprometido, solidário e livre.

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20 junho, 2007

+ 1




Sempre que alguém afirma que dois e dois são quatro e um ignorante lhe responde que dois e dois são seis, surge um terceiro que, em prol da moderação e do diálogo, acaba por concluir que dois e dois são cinco.
José Prat

Portela + 1. Finalmente foi encontrada a solução para o imbróglio criado à volta do local do novo aeroporto: A meio caminho entre a Ota e o Deserto, no Mar da Palha, é que o + 1 fica bem, pelo menos para os hidroaviões...


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09 junho, 2007

Pausa

Pela fímbria do tacto,
a polpa incandescente dos dedos.
A expressão vermelha dos sentidos
.


(até um dia destes)

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08 junho, 2007

Ritual de iniciação ou como o Menino aproveitou o sono do Pai para trocar de Banco.

(...)
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espiríto Santo andava a voar
Ele foi à Caixa dos milagres e roubou três. (...)

Alberto Caeiro
In: O Guardador de rebanhos


É esta a verdadeira razão porque o Menino, pouco convencido dos milagres da publicidade enganosa duma menina que não sabia se tinha um gerente dentro dela, trocou de Banco e fez o que fez... aos três.

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07 junho, 2007

Protecção Divina



...ou a fé dos guarda-costas do Papa.

Imagem: Web

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06 junho, 2007

Os inconvenientes de ter um aeroporto no deserto em detrimento da frescura da Ota ou "American beauty"


Turista americana à chegada a Portugal: Será que está muito calor aqui ou serão os efeitos da minha menopausa?
Foto: Web

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05 junho, 2007

Falta muito?

Falta muito para as eleições em Lisboa? Será que um punhado de votos justifica tanta animosidade ou, como disse o poeta: Vão "marrar" até morrer e dar por isso?
A direita e o "resto" agradecem contemplativos.

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Das nomeações

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